domingo, 17 de maio de 2015

Bulhufas




Qual é a graça?,
que graça tem?

Fazer versos,
pra ninguém?
 
Não tenho tanta sorte
Nem provido destino

Sou um jovem velho
louco, perturbado

ansiado 
para escrever
amargurado 
por não poder

deixo traçar,
letras a agrupar

tempo restrito
medido e mensurado 

pouco ocupado
mas escrever 
e escrever

lei:
ler, sinônimo de vontade
letraridade, letrado

definir um passo
deixar o cansaço

abraçar um pedaço
de insana ternura

transformar no papel
tela que for, o amor

a tristeza ou a 
simples beleza

qualquer motivo
motivo singelo

apenas sentimentos
ou um momento

ideia que for
qualquer coisa digna

de entrar para os anais
para o cânone da obra

mera pretenção
de um tolo

amaldiçoado
versado
dominado
pelo escrever
 
necessitado
devastado
por não poder
definir

nem verso
nem prosa
vagos pensamentos
soltos em palavras

a ser decodificado
ou abandonado
por não ser entendido
esquálido

vulgar
vazio
volátil
verso
 
venho
vou
sou
 
ao menos
tento.



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