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domingo, 1 de novembro de 2015

Currículo

















Esse é o meu currículo e, diferente dos outros currículos, esse trata somente do meu Eu:

O que posso dizer de mim mesmo que valha alguma coisa no mercado dos sentimentos? ... hum

Eu sou muito gentil e extremamente educado, aprendi isso desde pequeno, na verdade, aderi isso ao meu estilo de vida. Gosto de ser assim. Tenho essa coisa "rústica" de abrir a porta para as pessoas, dar e pedir licença, puxar a cadeira para alguém sentar, ofereço ajuda para todo tipo de coisas e mesmo que não queiram eu acabo insistindo... sempre peço por favor, agradeço tudo que eu posso e, às vezes, até o que não precisa agradecer eu acabo agradecendo. Peço desculpas quando faço algo errado ou esbarro em alguém. Tento manter a educação acima de todas as coisas, pois gosto que sejam educados comigo. Faço questão. Eu não sou assim somente com quem eu gosto ou prezo, sou assim com todas as pessoas do dia a dia. 

Inventaram um tal de horóscopo e nele eu sou de câncer. Dizem que sou muito sentimental e afetuoso até demais. Não acredito em nada disso, mas tenho que admitir que sou realmente assim. Penso com o coração, sofro por ele e fico feliz quando meu coração está bem. Pode ser que esse seja o meu grande defeito e por isso eu esteja preenchendo esse currículo, mas eu acredito que sentimento é uma coisa natural do meu ser. Sofro muito por isso... sofro por fazer outros sofrerem, sofro porque me fazem sofrer, sofro... mas não me importo mais tanto assim... lendo isso que acabei de escrever eu sinto como se estivesse mentindo pra mim mesmo, mas o tempo me fez um pouco (um mínimo) mais resistente. Gosto das pessoas de uma forma geral e costumo me entregar para todos aqueles que sinto uma grande empatia, o que não me rende muitos bons frutos...

Ser sentimental demais é sempre confundido com fraqueza, mas fraco eu tenho certeza que não sou. Sou forte até demais, posso provar isso mostrando que ainda estou aqui para sofrer mais um "cadinho". Que coisa mais chata e sensível, não?! Pois é, esse sou eu! Também me acho chato, também enjoo de mim, mas não deixo de me dar razão sempre que possível. 

Detesto brigas, detesto discussões, mas não sei "deixar pra lá" quando quero defender a minha opinião. Se a coisa esquenta eu argumento o melhor possível, acrescento "eu entendi o seu lado", mas não deixo de enfatizar que eu penso de outra forma e que isso é apenas a porra da minha opinião. Muita gente não aceita o que eu falo, sinto ou penso... entendo essas pessoas, mas quero que me entendam também. Se começam a gritar comigo eu grito de volta, se me xingam eu xingo também, mas não sou de guardar mágoas... mas se me desrespeitam ou me ignoram, eu fico "pê da vida" e prefiro não falar mais com quem me fez isso...

Mas como sou puro sentimento eu acabo voltando atrás e tento consertar as coisas... agora, se eu tenho certeza (na minha certeza) que eu estou certo e que eu fui o prejudicado, uma tristeza profunda recai sobre mim e fico magoado por muito tempo. Evito quem me fez mal e faço de tudo para não ter contato com essa pessoa. As pessoas se magoam com facilidade e eu estou entre essas pessoas. Tento ser mais forte e me importar menos, mas se eu me entreguei, quero ser no mínimo valorizado... maldito ego.

Traduzindo um pouco e reduzindo esse meu currículo: eu sou um ser cheio de falhas e defeitos, assim como todos vocês, mas quero ser amado, como muitos de vocês. Quero poder demonstrar meus sentimentos sem me sentir acuado ou reprimido. Quero sorrir e me divertir, quero saber se estou agradando, se estou cativando, se estou prendendo o seu coração...

Mas cuidado... se eu fizer tudo isso e você não gostar, pode ser que eu acabe me enjoando da sua companhia e desistindo de estar com você... vivo intensamente... gosto de viver assim. Machuco-me com facilidade, mas não tem jeito, eu estou assim...

Mesmo com todas essas coisas, eu ainda acredito que eu tenho muito a acrescentar nessa empresa. E, espero sim, fazer parte dessa equipe.

Obrigado pela atenção



P.S. Sem a devida correção



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Belo Horizonte - 24 autores - Maza edições






Exemplar da biblioteca municipal (ainda bem que não é meu)





Vou acrescentar um subtítulo aqui: livro de chegados feito por e para chegados!

Como tudo na vida é sempre zoado, por que é que com esse livro ia ser diferente? Você acredita em mercado (panela) de escritores mineiros? Agora eu acredito! Vou explicar porquê, acompanhem! 

Antes, devo me desculpar pela demora em postar resenhas, não é que eu não estou lendo, estou é sem tempo para escrevê-las! Tenho sete livros (incluindo este) lidos e prontos para serem resenhados. Vou dar cabo disso antes que aumente o número e eu me perca nas informações anotadas.

Então, vamos lá. Para quem ainda não conhece o projeto do livro acima eu vou explicar, até porque eu também não conhecia, mas depois de lê-lo eu tenho minhas dúvidas se deveria tê-lo conhecido.

O projeto se chama: Livro de graça na praça. Consiste em um amontoado de escritores que se reúnem, juntam uma verba (acredito que pública), prensam muitos exemplares para serem distribuídos gratuitamente, e acontece uma vez ao ano numa praça previamente escolhida aqui em Belo Horizonte. Esse é o resumo do que é o projeto, feito por um leigo que não entende de projetos e está aqui para resenhar apenas como um leitor. Ah, e essa é uma edição comemorativa de dez anos do projeto!

Bem, vamos lá. Qual é a "treta" do livro? Vou explicar como eu acredito que tenha acontecido: O idealizador e organizador desse volume tirou um dia de folga e ligou para alguns amigos: "E aí, Manoel, tudo bem? Aqui, me arruma dois quilos de carne moída, filé, contra filé e linguiça. Passo aí as seis pra apanhar tudo, ok?! Ah, se quiser publicar algum dos seus contos é só me entregar junto com o pedido que eu falo que você ganhou um concurso que não foi publicado em lugar nenhum e que você mereceu estar nesse livro, beleza?"

Numa outra situação ele diz: "Professora, como vai a senhora, tudo bem? Estou reunindo contos para um livro do projeto, aquele que é distribuído de graça, lembra? Então, queria saber se a senhora tinha algum conto seu por aí precisando ser publicado, e como a senhora é uma grande erudita e... o quê? Não tem contos? Só textos teórico chatíssimos? Dá na mesma, professora, pode mandar que eu publico!"

Cara, que porre de livro! Mas antes que vocês me façam a pergunta eu respondo: sim, existe algo bom nesse livro (parece um milagre, mas foi obra do destino). Olha lá na capa do livro, tá escrito que são 24 autores, e destes apenas 3 ou 4 foram realmente bons o bastante. 

Vale a pena ler o livro? Na minha opinião (que eu canso de repetir, não vale quase nada), não! Na verdade, não leiam, por favor. Façam esse favor a vocês. Ou então, façam o que eu fiz, mas de forma mais segura. Peguem o livro na biblioteca, anotem o nome dos autores que eu vou indicar e leiam só esses.

Aí, só porque eu disse isso, vocês se sentirão tentados a ler todos os contos. Quando chegarem na tal professora, que eu acho que era um dos cinco primeiros, vão lembrar do meu conselho e vão acabar se arrependendo. 

"Mas, Pedro, seu tonto, por que é que você está resenhando esse livro então?" 

Por dois motivos: primeiro, alguns (quase nenhum) autores se salvam e valem a pena serem lidos (a culpa de estarem no meio de outros autores tão ruins não é deles); segundo, não podia deixar de falar mal de uma coisa tão armada como essa.

Vou fazer uma lista de coisas ridículas que estão nesse livro para elucidar melhor o que eu estou dizendo:


Coisas ridículas:

 
  • Dizem que os autores são mineiros, mas é uma patacoada, existem alguns que não são (e tenho quase certeza, nunca pisaram por aqui).
  • Tem um senhorzinho que é da Academia Mineira de Letras com uma das piores histórias já contadas. Ah, o sujeito nem mora em Belo Horizonte, e já faz muito tempo.
  • Parece que combinaram que alguns dos lugares famosos de BH deveriam ser citados em seus textos e uns autores levaram ao pé da letra e só falaram de lugares em BH, sem enredo nenhum.
  • Um dos sujeitos que não é daqui tentou mostrar uma rota pelas ruas de BH que se torna impossível, pois ruas paralelas separadas por dezenas de outras não fazem conexão entre si em hipótese alguma. A não ser que ele estivesse escrevendo uma ficção científica onde o personagem é sugado por um vórtex temporal e é arremessado noutra rua para chegar ao seu destino. (Ficou claro que o "autor" tentou usar o Google Maps para compor a sua história, trágico!)
  • Tem um sujeito (lembro que foi quem fez o primeiro conto) que escreveu sobre a vida da Dilma aqui no Estadual Central como se ela fosse uma grande rainha dos baixinhos, uma heroína que "nasceu com uma estrela na testa"! Sério, que bosta de "texto", porque é pura puxação de saco. Pura merda!
  • A pomposa e ilustríssima professora (daquelas com mestrado, doutorado e tudo) escreveu a pior (de todas mesmo, nem a Stephanie Meyer perde pra ela) "história" que eu já li na vida. Imagine um dicionário com uma tentativa de enredo, imaginou? Agora acrescente duas porções de arrogância mais alguns nomes de lugares da minha cidade e você terá um "conto" com absolutamente nenhum assunto.


Resumindo, tem tanta porcaria escrita nesse livro que eu fiquei empolgadíssimo, porque eu percebi que qualquer Zé Ruela pode publicar alguma coisa. Vou tentar falar sério, pois esse "livro" não pode ser levado à sério, porque tenho certeza que foi feito para publicar coisas dos "chegados" do organizador (que também escreveu um "conto" bem chinfrim).

É isso, não tenho mais nada...

Opa, já ia me esquecendo. O livro é tão ruim que eu já ia deixando passar os bons escritores que aqui estão. Vamos aos prós dessa coletânea que, se não fossem esses bravos, estaria morta por completo e em algum lugar esquecida.



Putz! Não é que tem prós?!?!:



  • Tem um tal de Frei Betto, já ouviu falar? Eu já, mas não tinha lido nada ainda, mas gostei da narrativa, da forma como ele trabalhou sua história. Muito bem escrito, por isso o texto dele pode ser realmente chamado de conto!

  • No último conto (que foi mais uma crônica), o autor Fernando Fabbrini mereceu a minha gratidão. Fabbrini escreveu um texto maravilhoso com uma ótima crítica ácida a esta cidade recheada de muito bom humor. O Fernando até explica que sempre é convidado para encerrar os livros do projeto com algum escrito seu e eu entendi porquê. Pois se não fosse ele divertindo e empolgando no final, nem o texto do Elvis (que eu vou falar em seguida) salvaria a obra.
 
  • E finalmente o melhor conto da coletânea, o mais bem escrito, o de melhor enredo, mais original e muito, mas muito divertido, intitulado "Elvis"! Caramba, que pegada. Foi o único texto que eu li sem pausas e com a curiosidade lá no alto. O autor Carlos de Campos criou uma história onde o "falecido" cantor estadunidense fingiu a morte e veio morar aqui na nossa capital. Teria o Rei morado em "Belzonte"?? Sério, dá seu jeito e leia esse conto. A trama é ótima e o final é melhor ainda. Recomendadíssimo!!! Obrigado, Carlos, você brilhou e ofuscou muita gente que nem merecia o status que têm!
 
  • Ah, tem mais um pró aqui: eu peguei o livro na biblioteca, porque se eu tivesse pagado por essa porcaria eu estaria muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito puto!

 Pra acabar com essa bagaça:



Como sempre, antes de escrever uma resenha eu dou uma pesquisada a mais para saber de alguns detalhes e, não é que eu encontrei esse livro gratuito sendo vendido na Estante Virtual por até 19 pratas??? Atenção, não se iludam, o livro é realmente gratuito e ainda vem com o selo de "venda proibida" e, mesmo que não viesse, cara!, acredite, não gaste nem um real nesse pseudo "livro"! 

A não ser que seu exemplar venha com um autógrafo do Carlos, aí você pode pagar 20 pratas no livro tranquilamente!



 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Julgando o livro pela capa!










Sim, sim, meus queridos, tem muita gente que faz isso com corriqueira frequência! Não nego que já me atraí por diversas capas sedutoras e encantadoras; me chamando, me convidando, me tentando e... cof, cof, desculpem, empolguei-me!

Mas até que ponto isso é uma coisa boa para nós, os leitores?! Sim, esse sou eu com mais um texto reflexivo, pronto para dar um pequeno nó filosófico/moral/social de pouca significância na sua cabeça com as minhas indagações sem respostas!

No primeiro texto eu discuti sobre o bem de se ler ou não. Questionei se era válido ser um leitor ou simplesmente isso era mais um comportamento do que uma coisa realmente boa. (Minhas poucas, e muitas vezes desnecessárias, opiniões você encontra aqui: clique numa dessas palavras para ler o texto anterior!)

Agora vou discorrer sobre essa questão de capa! As editoras, como bem vocês podem estar percebendo, andam gastando uma fortuna em lindas capas, dos mais variados tamanhos, cores, formas, brilhos, relevos, bodegas e coisas do tipo. Sim, muita grana! (Folheei um exemplar hoje que, se não me engano, as primeiras dez folhas eram roxas e cheias de desenhos, mais nada)

Alguém vai dizer, "mas é lindo!" Não disse que não era, é sim, mas e aí? Cara, só essas dez folhas roxas no início, mais dez no final totalizando 40 páginas sem nada escrito, só enfeite, nada que acrescente na sua vida (e tem gente que fica babando por isso), exceto que o preço vai lá em cima por conta de cada pequeno detalhe!

Na minha inútil opinião o que deveria ser levado a sério é: integralidade do texto, excelente tradução e uma capa com orelha rígida suficiente para não se despedaçar! Pronto! Não precisa pôr desenho, não precisa pôr enfeite nenhum! Quero um livro sem "requintes"! Se quisesse enfeites e desenhos mandava pôr lacinhos numa HQ e comprava por um preço absurdo!

Não quero ser de todo contra, temos alguns prós: capas bonitas chamam a atenção de leitores (aqueles que precisam se encantar pela capa!), de novos leitores, do pessoal jovem que quer começar a se aventurar na leitura!

Entretanto, tem uma contra partida nisso: muita gente compra livro pra colecionar. Já fui assim em diversas épocas da vida, quando comprava muitos livros e lia pouco num ano qualquer. Mas o que eu ando vendo (vide youtubers de plantão) é uma leva enorme de gente que compra uma porrada de livros e fecha uma renca de parcerias e não lê quase nada! (é óbvio que existe exceções)

Um livro foi feito para ser lido, ao menos é o que eu sinto quando vejo um deles me encarando na estante e dizendo de forma suculenta: "Vai, Pedro, me compra, me leva pra casa, me leia, me devore, me..." Ok! Já deu pra entender!

O que você sente vendo as lindas capas dos novíssimos livros? Sejam sinceros! Eu sei que acende uma vontade louca de tê-los, mas são apenas livros como os outros, certo?!

Outra coisa que me aborrece é o "mais do mesmo"! Eu gosto de ver canais literários e ler coisas sobre livros, mas temos uma repetição trágica aqui, pois todos são parceiros das mesmas editoras e acabam recebendo os mesmos livros e mostram as mesmas coisas, principalmente com comentários do tipo: "essa capa é linda!", "gente, olha que capa linda!", "Olha que diagramação fantástica!" PURO SACO! Isso aí, na minha terra, se chama puxa-saquismo!!! Você ganhar um livro da editora não quer dizer que ela paga o seu sustento, não se vendam tão barato.

E olha que a grande maioria de parceiros não leem seus livros. Vi gente comentando que vai demorar "alguns meses para ler esse", e nem meses depois sai uma "resenha" (aí entra aquela outra questão: resenha não é resumo, galera! Pelos deuses, parem de resumir livros e falarem de suas capas. Eu quero saber da sua emoção ao ler o livro, sua sensação, seu parecer sobre a história, lembrem-se disso! Escrevi sobre esse assunto aqui: clique!).

Não me levem a mal (ou levem, é seu direito também), eu também amo capas, me encanto com elas e também quero todas elas, mas isso não pode ser o fim das coisas! O mais importante é ler, ou eu estou completamente equivocado e uma nova raça surgiu entre nós: os admiradores e colecionadores de livros! Pré-requisitos: amar capas e ter grana! Obs.: não precisa saber ler!

Não se prendam aos seus medos e receios, apenas façam o que quiserem. A vida é curta demais para se preocuparem se estão levando o livro só por causa da sua capa, mas tenho certeza que em algum momento você irá sentir que o conteúdo é sempre mais importante do que a sua simples aparência!



Leiamos todos, leiamos sempre! Abraços




sexta-feira, 31 de julho de 2015

Por que ler? + algumas outras teorias e explicações










Como explicar em poucas linhas um período de seca? Por que fiquei tanto tempo sem escrever (foram só quatro dias, mas pra mim isso é muito tempo)? Por que minha produção de textos caiu pela metade esse mês? Quantos anjos podem dançar na ponta de um lápis número 2?  Muitas perguntas...

Acho que explicar sem ter sido perguntado não faz sentido. Então vou simplesmente continuar, como se nada tivesse acontecido, porque eu sei o que rolou, não foi nada demais, mas nada que valha a pena ficar justificando.




Mas uma coisa surgiu nos meus pensamentos: por que afinal temos que ler?

Ler é cultura? Ler faz bem para sua saúde mental? Ler traz algum benefício? Ler é bom? Ler tem algum significado oculto? 

Tenho várias respostas para essas e muitas outras perguntas relacionadas, mas não confio no meu julgamento acerca desse assunto. Quero então lançar essa reflexão: por que diabos gostamos de ler, por quê?

Lembrando que essa é uma reflexão para apenas uma pequena parcela das pessoas desse país, pois a grande maioria não gosta realmente de ler. (E uma outra grande maioria sequer sabe que eu escrevi esse texto.)

Quem foi que inventou que ler é bom? Quem? De onde tiraram essa ideia? E você, gosta de ler? Por quê? Já pensaram que ler pode ser apenas mais uma coisa inventada, um ato social? 

Antes que me atirem pedras, vale lembrar que eu amo ler, isso faz parte da minha vida. Leio todos os dias com o maior prazer desse mundo. Fico angustiado se não leio. Tenho crise de tédio se pego um ônibus ou caminho para o trabalho sem ter um livro como apoio. Filas são um convite à leitura. Esperar por alguém?, ler é o melhor remédio! A meu ver, se eu não lesse eu seria muito mais triste e o mundo seria muito pior.

Mas aí entra a questão, porque isso vale só pra mim, vale só pra você que ama ler também, mas vale para todo mundo? Ler realmente é tão foda (perdoem-me o palavreado, mas foda-se) assim?

Eu vou afirmar que sim, xingar quem disser que não, mas isso não pode ser simplesmente verdade. Eu sou mais feliz do que alguém que não lê? Não posso dizer coisas desse tipo. Não são vias de regra. "Nada na verdade é o que parece ser", mas eu acho que é!

Por muito anos eu gastei saliva tentando explicar vantagens de se ler, convencer alguém que ainda tinha dúvidas, incentivar aqueles com preguiça de continuar um livro, dar apoio àqueles que desejavam ler mais, repudiar aqueles que não liam, entre tantas outras futilidades.

Mas olha aí, nada faz sentido. Eu acredito piamente que ler é bom para caralho e ponto, mas isso não justifica absolutamente nada. Acho que se eu tentar convencer alguém disso vou estar simplesmente fazendo o papel de um pregador religioso, impondo a minha verdade sobre a das outras pessoas e isso é uma baita de uma mentira. Hipocrisia. 

Confuso, né?! Por isso estou há alguns dias pensando. Ler chega a parecer um ato de gente esnobe. Uma declaração de intelectualidade banal. Uma exibição de poder cognitivo.

Pronto, peguei ódio e vou parar de ler! Mentira! Nunca faria isso, seria como arrancar os meus  próprios olhos. Só acho que se ler fosse tão legal assim, todo mundo já estaria lendo. Acho também que se jiló fosse tão bom, todos estariam comendo (eu como, sou todo ao contrário)! Não dá para ditar regras.

O assunto é finito, longo, cansativo, e extremamente dúbio. Espero que vocês tenham a paciência para refletirem e o carinho para deixarem a sua opinião logo abaixo.

Se você não gosta de ler e acha que isso é inútil, por favor, deixe o seu comentário também. (Provavelmente não haverá comentários de alguém que não gosta de ler, certo?! Mas vai que rola?!)

Só quero deixar o meu último parecer: eu leio, você não!!! (sim, é idiota, mas não deixa de ser vantagem, ao menos pra mim!) :)







terça-feira, 30 de junho de 2015

O fazedor de velhos - Rodrigo Lacerda - Editora Cosac Naify




Esse exemplar eu peguei emprestado da Biblioteca Municipal. Sorte a minha, leiam o porquê!



Essa resenha eu começarei pelo enredo só porque eu estou afim:


Enredo:



Pedro narra a sua vida literária desde a infância, quando era obrigado a ouvir sua mãe recitar versos e seu pai contar-lhe histórias de Shakespeare. Ao longo dessa sua formação ele vai descobrindo um gosto por livros e autores que não conhecia. Acaba por se tornar um jovem estudante de história, mas se vê em conflito com sua escolha.

Meu xará conhece então um velho professor, Nabuco, um homem firme de opinião formada que lhe apresenta algumas tarefas para que ele possa descobrir-se e entender melhor o quê deveria fazer de sua vida. Um típico impasse existencial. Pedro resolve ser guiado pelo professor e acaba afeiçoando-se ao velho.

Mayumi é uma jovem oriental, afilhada do Nabuco, por quem Pedro se apaixona. Os dois são bem diferentes, Mayumi estuda medicina na França, Pedro estuda história no Brasil, ela é extremamente racional e ele totalmente emocional, mas ambos estão ligados por uma pessoa muito querida. O amor entre os dois pode realmente esperar até que os dois estejam formados e satisfeitos com suas próprias vidas?



A parte que interessa:




Vou começar elogiando o livro e o autor, mas não vou ficar só nisso, claro. Tenho muito o que dizer sobre essa leitura, mas não vou estendê-la demais (eu acho).

Primeiro de tudo, o livro chegou em minhas mãos por indicação de um novo amigo que trabalha na Biblioteca Municipal. Uma sugestão. Um romance que teria o objetivo de dar-me ideias literárias acerca de tornar-me um escritor. É um romance juvenil e ganhou o prêmio jabuti e, sim, eu gostei bastante do livro, mais do que achava que gostaria. Ponto.

Não há como negar que o autor sabe escrever e muito bem. A história te prende o tempo todo e ele consegue em muito poucas páginas (136 páginas) elaborar muito bem seus personagens (a ponto de nos fazer gostar e odiar alguns deles). É uma história curta mas de sentimento profundo. É um livro realmente muito bom... mas nem tanto.



Coisinha chata:




Uma coisa que me frustra muito é o uso indiscriminado de citações, versos, frases inteiras de autores e livros famosos. Tudo bem que nesse enredo isso caiu como uma luva, mas a ponto de ganhar prêmios de literatura? Sim, porque eu tenho percebido que os prêmios são dados àqueles que fazem um uso constante de intertextualidade. Não é uma reclamação em si, é mais uma constatação. Parece que os autores reconhecidos são sempre aqueles que fazem menções a outros grandes autores. Chatice da po#$@!!

Vejam bem, eu gostei da história aqui contada, gostei dos personagens e a leitura é muito agradável, eu recomendo que leiam também. Só estou aproveitando o ensejo para inserir minha opinião (que como já disse milhões de vezes, não vale nada). 



Pagamos caro por leitura:




Outra coisa frustrante é o preço do livro. Minha leitura veio da biblioteca ("de grátis"), mas ao procurar informações para essa resenha eu me deparei com R$39,90 (na loja da própria editora)! Que isso? Estão loucos??? O livro é lindo, mas quarenta pratas por um livro de menos de 150 páginas? E mais, a versão digital custa R$25,00 (no mesmo lugar)! Sério isso????? Esse preço é pra pagar o consumo de dados do seu G3 para enviar o livro pro meu email??? Eu sou trouxa???? Onde esse mundo vai parar?

Mais uma informação, o livro tem apoio de várias leis de incentivo à cultura, então por que esse preço????? Tem muita treta rolando por aí. Fiquem atentos!



Risco e rabisco é arte?




E eu não podia deixar de falar da "linda" arte da capa e do interior do livro. Sim, estou sendo irônico! Que porra é essa??? Adrianne Gallinari, eis o nome da "artista". Agora vou usar linguajar das ruas para ser mais claro: "Na tora, véi, que merda é essa? Minha priminha de dois anos desenha assim!"

Olhem só:



Isso é um desenho de arte??? Jura??? Então, por favor, anotem aí: estou vendendo meus cadernos do pré-primário por 200 mil cada, alguém dá mais???







 Eu quero saber uma coisa, essa mulher é parente do autor ou do dono da editora, né???? Tem certeza que não??????????????????







Não perdendo o foco:




Para não parecer que essa resenha é um crítica pura, eu vou falar um mínimo do autor para completá-la...



O autor Rodrigo Lacerda! Bela estante! (a estátua não!)
E não é que o garotão aqui é neto do famoso Carlos Lacerda?!?!?! Não conhece? Você precisa estudar mais história do Brasil (vou te ajudar, vá direto para era Getúlio Vargas, fica a dica). 

O autor nasceu no Rio de Janeiro em 1969. Formou-se em história (diria que uma escolha lógica) na USP, com direito a mestrado e doutorado. 

Traduziu muitas obras, trabalhou na editora Nova Fronteira e seu primeiro livro foi lançado em 1995 entre outras coisas bacanas (quer saber mais?, jogue no Google)

Não tomem o meu protesto como algo negativo. O que eu não queria deixar de dizer é que a escrita do Rodrigo é de fato muito boa, cativante, ágil e de muito bom gosto. Eu fiquei admirado com a prosa do autor e provavelmente lerei seus outros livros, muitos deles premiados repetidas vezes!





sexta-feira, 26 de junho de 2015

O Pistoleiro (A Torre Negra) - Stephen King - Editora Suma De Letras






Arte referente ao livro. Você notou a torre???


Antes de mais nada, desculpem-me pela demora das resenhas (tenho mais duas ainda para postar). Pelo visto eu leio mais "fácil" do que escrevo. Quem quiser acompanhar e me seguir lá no Skoob (clique aqui) para saber o quê é que eu ando lendo, sintam-se a vontade! (Eu sempre sigo de volta! rs)


Minha opinião deve sempre vir antes do enredo:



Alguém perguntará: por quê?, mas a resposta é clara, enredo está muito mais próximo de uma sinopse do que uma opinião, e como o que vale aqui nessa resenha é a minha opinião...

Não tenho muito conhecimento de King, confesso. Só tinha lido um livro dele até então (Salem's lot - que aqui no Brasil teve o imbecil título de A Hora do Vampiro). Mas vi muitas de suas entrevistas e estou lendo também On Writing, que não é um romance. O que prova que eu não sou sumidade nenhuma nesse autor. (Vale dizer que eu vi quase todos os filmes, minisséries e séries baseadas em seus livros? Não, né?!)

King é um escritor de respeito, todos sabem disso. O cara escreve muito (tanto no sentido quantitativo, quanto qualitativo), mas toca guitarra muito mal (sei do que estou falando), ainda bem que ele é famoso pela escrita! (rs). Suas obras, geralmente, trazem questões metafísicas e temos muito disso nesse livro também. O autor, logo no início (dessa última edição revisada), explica o seu intento de criar uma grande história, uma epopeia (em prosa) fantástica como Tolkien fez. (Mas não precisava dar o nome de "Médio" pro mundo, né?!)

O livro não é longo (224 páginas, o meu está na versão digital), mas é bem descritivo e não é no sentido de falar de um cenário. King aborda sentimentos e lembranças, além de passear pelas viagens mentais e espirituais de seus personagens. Eu custei um pouco a me adaptar, mas não foi difícil. Você acaba gostando de alguns pontos filosóficos levantados pelo autor. (Bom, ao menos eu gostei) Destaco uma conversa sobre o tamanho do universo e suas dimensões que são descritos exatamente como eu entendo o mundo (deve ser por isso que eu gostei!).

O Pistoleiro é praticamente um livro sobre jornada (e você não vai chegar ao fim dela, pois são sete volumes mais um outro livro que se passa no mesmo mundo) e é o primeiro volume da série Torre Negra. Aqui o mundo é árido, desértico e pós-apocalíptico (eu senti sede lendo o livro), mas eu levantei uma questão durante o livro inteiro, principalmente quando o personagem encontra Jake, será tudo uma grande alucinação? Não sei dizer, mas sei que eu fiquei com essa sensação até o final...

Minha versão digital dessa obra.
Claro que Stephen nos faz o favor de terminar o livro sem respostas suficientes (na verdade quase sem resposta nenhuma), mas eu realmente não gostei muito do final, pois ele elabora uma trama para justificar uma vingança, mas essa "vingança não é vingada" e fica uma coisa meio (totalmente) vaga! Mas essa é apenas a minha opinião. E nada disso me fez ter menos vontade de ler os outros volumes, pois realmente quero entender o que se passou aqui.

Um aviso importante: o autor diz que quis fazer uma grande saga, como Senhor dos Anéis, ele fez, mas não quer dizer que tenha algo a ver (minha conclusão de leitura de apenas um volume, lembre-se). Acredito que a maior semelhança esteja na famosa jornada (diga-se eterna, a lá Campbell) e na busca incessante.

Não sei das outras obras do autor, mas essa me soou um tanto quanto poética! Não estou dizendo isso pejorativamente, eu até gostei muito disso. Mas como eu disse, isso dificulta a leitura. Eu gosto muito de poesia, mas fico imaginando alguém que deteste tentando ler esse livro, vai ser difícil!

O livro tem cenas de ação muito boas que dão aquela guinada na história. São bem narradas (claro, o cara é um mestre) e nessas horas a leitura avança sem você nem perceber. É como assistir um filme com aquelas cenas de tiroteios enormes! Magistral!


Enredo, finalmente!!! (cala a boca, Pedro):




Roland Deschain é um pistoleiro, último descendente de um clã de homens treinados para matar (com honra! rs). O mundo onde vive é um imenso deserto sem esperanças e quase sem vida. O objetivo de Roland é vagar por esse mundo atrás de um sujeito que ele nomeou de "O homem de preto", ele acredita que esse "mago" possa ter respostas para suas perguntas (o que é a torre?, por exemplo).

A Torre Negra é um grande mistério, mas que Roland perseguirá até as últimas consequências. No caminho, ele conhecerá algumas personagens que o ajudarão, cada qual a seu modo. Jake (John Chambers) acaba aparecendo no mundo do pistoleiro e é ele quem acompanhará Roland na perseguição ao homem de preto. Sua participação é fundamental nessa trama de fim trágico. As realidades se misturam e se completam nessa história que além de "mágica" tem um quê de velho oeste!



Conclusões finais (ufa):



Vale a pena ler o livro? Ô, se vale! Vou me arrepender de ter lido? Não, de forma alguma! Vou querer ler os outros volumes? Só se você não quiser saber as respostas às perguntas que serão levantadas nesse volume! O Stephen King é um cara prolixo? Siiiiiiiiiim!!!!! (e isso é muito bom!!!!)

Mas sério, eu quero entender a trama, quero viajar por essa história e quero também esmiuçar esse mundo caótico e estranho que o autor criou! Eu não sei vocês, mas eu gosto muuuuuuuuuuuuuuuito de histórias longas e esse livro é só uma pincelada em toda uma grande saga que vem por aí. Então eu recomendo muito, mesmo que você seja um chato(a) que não gosta de ler coisas longas, arrisque-se!

Termino com uma boa frase do livro: "Vá, então. Existem outros mundos além deste."



Sobre o autor, sim, aquele sujeito com cara de doido:

 

 


Stephen King, fevereiro de 2007
Quem nunca viu ou leu King que atire a primeira maldição! Stephen Edwin King, nasceu em Portland, USA, em 1947. Sua estreia como "publicador desenfreado" de livros foi com "Carrie, a estranha" em 1974.

E é só isso que eu vou falar dele, pois eu tenho tantos livros do autor para ler ainda esse ano, que logo eu abrirei um verbete maior no Wikipédia com mais informações sobre esse gênio esquisitão! Aguardem!











terça-feira, 23 de junho de 2015

Mr. Robot - USA - Primeiras impressões







Finalmente encontrei uma série que me prendeu a atenção e que me fez desejar muito ver o próximo capítulo. Adoro encontrar coisas para assistir (e também ler) que desafiem o meu pensamento e não somente criem situações infantojuvenis que afastam-me e causam-me repulsa. 

Faço um adendo aqui, uma reclamação. Não sei quanto a vocês, mas eu estou de saco cheio de ver coisas idiotas se espalhando pelo mundo. Precisamos de coisas criativas, pois o mundo, por mais que se repita, tem de ser original, certo?!

Continuando...

Do que se trata essa série?

Elliot é um hacker esquisitão, um sujeito muito perturbado (palmas para o ator, me convenceu, o cara realmente é muito bom) que vive em dois mundos (talvez até três): a sua vida rotineira e cotidiana e o mundo das redes virtuais (não, ele não entra diretamente na Matrix) onde atua como um justiceiro, denunciando pedófilos, entre outras coisas. E, possivelmente, Elliot pode estar imaginando um desses dois mundos, ou quem sabe ambos.
Ele trabalha numa grande empresa que cuida dos dados de uma ultra mega power corporação chamada Ecorp (Evil), que domina uma enorme fatia do mercado responsável pela tecnologia e seus avanços. Seu trabalho é impedir que os dados das empresas seguradas sejam invadidos ou corrompidos (seria ele um antivírus humano?).

A história é quase igual a todas as outras, mas é esse "quase" que faz a diferença. O rapaz gosta da mocinha, a mocinha não sabe que o rapaz gosta dela. O rapaz é um cara nerd, mas com desvios psicológicos aguçados que o leva até ao uso de drogas pesadas (não é um desses nerds que nem álcool tomam). O rapaz conhece um outro cara que quer uma coisa dele (não, nada de sexo, apenas trabalho) e...

Aqui é que está toda a treta da história, você não sabe se as coisas que acontecem são coisas reais ou apenas um distúrbio do personagem. A beleza dessa série (ao menos nesse ótimo primeiro capítulo) está aqui, nessa trama desajustada de comportamentos suspeitos.


O que importa na resenha é a minha opinião:




Christian Slater, já fez muita mulher com mais de 30 suar na intimidade!
Sabendo que eu estou cansado de tudo que se repete, de todas essas séries de jovenzinhas excitadas com galantes personagens sem conteúdo, de atores que recebem pela aparência e não pela interpretação, sabendo que eu sou um Ser extremamente crítico de gosto refinado pela prepotência e arrogância (nossa!!! ui), sabendo que eu odeio qualquer coisa que não tenha uma mínima história que se destaque, mesmo sabendo disso tudo, você ainda vai teimar em não assistir uma série que eu estou recomendando e dizendo que é boa? Se a resposta for "foda-se o que você acha" (ou algo do tipo), então você é mais chato do que eu e vai perder de ver uma provável excelente série.

Rami Malek, cara de maluco convincente, não nessa foto!
Destaque para os antigos consumidores de filmes (como o vovô aqui) que poderão ver o Christian Slater fora das telonas e de volta ao grande público. Acreditem se quiser, esse cara era um galã na minha época!

E meu principal destaque vai para (além da trama, é claro) o protagonista da série, que eu fiz questão de procurar o nome do ator, só porque eu gostei muito da cara de maluco do sujeito; Rami Malek!


Bom, é isso! Volto no final da série, seguindo o novo protocolo de textos (que é escrever menos de 25 linhas) para fazer uma avaliação sobre essa minha aposta. Espero não estar errado quanto ao sucesso dessa bagaça. Serão dez episódios e o último irá ao ar lá pro final de agosto. Até lá muita coisa pode dar errado (não é que eu seja pessimista, só estou carimbado de tanto ver coisa ruim). Hasta!




Rami Malek = Elliot e Mr. Robot = Christian Slater, dupla do barulho?