sábado, 11 de abril de 2015

Mundo (revisão)

Esse é mais um dos meus antigos versos. Lendo-o novamente senti a amargura de minhas palavras, mas sinto também uma chama de esperança, uma revolta em forma de querer. São versos tristes, palavras melancólicas e profundas, mas são palavras de um tempo, de um momento que, hoje, nem mais sei qual é.

Que mundo é esse
Que me entristece
Que me engrandece
Que atrai e me distrai
Que me alegra e me contenta
Que me avacalha e arrebenta

Que mundo é esse
Que me dá onde pisar
E em seguida retira meu chão
Que equilibra
Que atira lá de cima
Que fez nascer
E me quer morto

Que mundo é esse
Que tenho que viver
Que tenho que sorrir
Mas que tanto choro

Que mundo é esse
Que me faz levantar
Que me faz acreditar
Que me faz seguir
Que me faz novamente sorrir
E que, por fim
Me faz cair

Que mundo é esse
Que me elogia
Que me enaltece
Que me abraça
E me aquece
Que me dá um motivo
Pra continuar
Que me faz pesar
Lamentar
Chorar...

Que mundo é esse
Cão
Arranca com a mão
Da boca de um irmão
A razão
A dureza de seguir
Por não ter mais por onde ir
Por não fazer acontecer
Por não socorrer
Por não ajudar
Por simplesmente
Deixar...

Que mundo é esse
Que desanima
Que extermina
A vontade de estar aqui
Que reacende
Que apaga
Que motiva
Que decepciona
Que corrompe
Que dói

Que mundo é esse
Que não me ama
Que não me quer
Que diz que sim
Mas que só me dá não

Que mundo é esse
Que eu tanto gosto
Que tanto me desgosta
Que tanto me fere
Que tanto prefere
A dor que faz

Que mundo é esse
Que tão belo me parece
Que tão lindo há de ser
Que tão misterioso
Tão formoso e jocoso
Aprendemos a conviver

Que mundo é esse
Que não é outro mundo
Que não se importa com o oriundo
Que não quer que eu vá
Que não quer que eu fique
Que não se importa
Mas que comporta
Todo meu sofrer

Que mundo é esse
Que tão belo
Mas tão cruel
Não deixa viva
Sequer uma esperança
No papel
No coração do menestrel
A viva chama
Do amor
Que é apagado
Com a dor
A dor de
Amar de novo
O novo mundo
Aquele que
De repente
Se apresenta para gente
Como uma nova chance
Como num relance
Um novo amor

Que mundo é esse
Que em sua vastidão
Tanto castiga
Tanto ensina
Mas tanto quer bem
O mal de alguém

Que mundo é esse
Que de tão perfeito
Acaba por ser eleito
O melhor mundo
Onde todos
Num segundo
Hão de viver
E amar
E sofrer
E um dia
Morrer...


Publicado originalmente no dia 13 de agosto de 2011, sábado.

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