sexta-feira, 27 de março de 2015

O mosquito, os pernilongos e a raquete!

Então Noé pegou um animal de cada espécie e colocou dentro da arca antes que o dilúvio assolasse toda a face da terra...

Mas precisava colocar pernilongo e mosquito também, pô?

Não sei quanto a vocês, mas uma coisa anda me incomodando muito hoje em dia, o fato de todas as horas eu ser perturbado por um desses dois indivíduos. 

Mosquito:

Acredito que esse inseto foi criado para testar-nos a paciência. O maior espaço dentro de todas as casas é o espaço livre, ok?! Sim!!! Entre o teto e o chão existem quilômetros (na perspectiva do bichinho) e mais quilômetros de área de manobra, onde o dito cujo pode muito bem fazer todas as suas manobras radicais, seus loops, acrobacias e demais necessidades, correto?! Deve haver comida suficiente para todos nós dentro do mesmo ambiente (acredito que uma gota de refrigerante seja o suficiente para dúzias deles). Agora, por que é que esse sujeitinho faz questão de voar (em rasantes constantes) bem na nossa cara??? O que foi que eu fiz para família desse camarada nas gerações passadas para ele querer pousar no meu braço ou qualquer lugar do meu corpo? (ou nas encarnações passadas talvez eu tenha sido um dedetizador, vai saber) Sou doce demais? Tenho o aspecto e a consistência de fezes? (eu tomo banho todos os dias, não me julguem) Pareço um delicioso torrão de açúcar? Sou mais apetitoso do que um pedaço de bolo? O que foi que eu fiz para você, meu rapaz?! E, não bastasse sua insistência em estar sempre incomodando, ele faz questão de fazer isso nas piores horas possíveis (principalmente quando estou tocando, lendo, escrevendo ou comendo). Devo ter sincronizado meu relógio biológico com o dele para termos as mesmas necessidades no mesmo instante. Talvez então, ele aprecie música, literatura (um mosquito erudito?) e também meus lanches. Será que o bichinho está tentando me ensinar a escrever? (talvez ele queira o nome dele publicado neste texto) Aí aparece alguém dizendo que é a época, ou quem sabe a região que eu moro. Se for esse o caso, eu devo morar num lixão (dentro deste lugar e não somente nas redondezas),  e se for questão de época, aqui em casa existem somente duas épocas no ano: A com muito mosquito e a com pouco mosquito, mas todos os dias eles passam por aqui, sem faltas. É, é um exagero meu, coisa da minha cabeça, implicância minha, eles têm uma função na natureza e, a meu ver, a função desses "coisas" é estarem mortos!

Pernilongo:

Coisinhas incríveis, esses danadinhos (do inferno)! Assim como os mosquitos, os pernilongos têm a preferência de vagarem sem um plano adequado de voo. Mesmo que possam sobrevoar qualquer lugar dentro da sua casa (isso sem contar que existe um amplo espaço externo também: a cidade inteira), o preferido espaço dessas pragas é na sua cara mesmo (mais precisamente o nossos ouvidos). Eles têm uma característica adorável que é tentar chupar todo o seu sangue a qualquer hora e em qualquer cômodo. Ao contrário dos mosquitos, os pernilongos preferem praticar o que eu chamo de: incômodo noturno (que se estende a qualquer hora do dia que você adormeça). São criaturinhas sutis e malvadas, preferem suas vítimas relaxadas, inconscientes, desprevenidas, ou seja, são equivalentes aos estupradores. Sim, essas bestinhas fazem questão de aproveitarem de você na sua hora de maior vulnerabilidade. E não para por aí. Aqui em casa eu tenho alguns desses camaradas que estão sempre atentos. Por exemplo: é eu pegar minha guitarra e, dois minutos depois de começar a tocar, e minha perna já está toda picada e coçando. Sim, já pensei em vestir calças para começar a praticar meu instrumento dentro do conforto do meu lar, mas não admito perder a minha liberdade para um vampirinho voador qualquer. Agora mesmo, enquanto digito meu texto, tenho que parar de frase em frase para coçar minhas pernas. Outro fator interessante sobre essas praguinhas é que eles, indubitavelmente, não estão sozinhos. São praticamente uma gangue, preparada para dominar o bairro (entenda-se: quarto). Embora eu seja um defensor declarado dos bichos, estes canalhas sugadores não estão entre os meus protegidos e minhas paredes estão repletas de seus corpos. E não basta manchar minhas paredes com seus corpinhos frágeis (mas detestáveis), eles pintam-na de vermelho do meu próprio sangue. Bom, era assim até eu finalmente optar por um hábito muito saudável...

Raquete:

Torrar insetos agora passou a ser um esporte. Praticamente todos os dias tiro um tempinho para essa prática salutar. Sim, eu comprei uma dessas raquetes vendidas em quase todos os semáforos da cidade (comprei a minha nas Lojas Americanas, bem mais barato, fica a dica) e a uso com demasiada frequência. Não sei como esse dispositivo funciona, mas para mim, funciona assim: Você aperta um botão (e fica segurando), direciona a tela da raquete para um alvo significativo, ao entrar em contato com o alvo a tela prende o indivíduo e o atordoa. Daí você tem a opção de deixar o diabinho à própria sorte, mas eu prefiro continuar segurando o botão até ver a fumacinha saindo de seu cadáver. (Para pernilongos cheios do seu sangue é uma satisfação enorme.) Pronto, a última etapa deste esporte consiste na sua alegria, felicidade e desejo de vingança saciado. E se você duvida de mim, eu recomendo, pois é uma terapia inigualável. Se você se deixar levar, passa horas caçando os monstrinhos (eu já desmantelei gangues inteiras com a minha). O único problema é que a pilha descarrega depois de algum tempo (ou você pode acidentalmente destroçar a arma na sua busca por vingança). Eu recomendo sempre ter uma ao alcance. Compre pilhas extras, compre aquelas raquetes que recarregam na tomada, mas não fique sem uma por perto, pois se tem uma coisa que nunca acaba são esses miseráveis importunadores.

 Parece demasiado da minha parte falar desses seres tão insignificantes... Na verdade, não tão insignificantes, afinal, dediquei-lhes até um texto!

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