quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sereno olhar sobre o caos









Nada além de ecos na escuridão...

Viriam os pássaros perturbar meu sono?

Viria o dia iluminar meus olhos?

Viria a morte levar-me da existência?

Viriam os anjos velar-me à noite?

Eis que nada veio nem ficou... 


Eis que nem um ruído se ouviu...


Eis que a noite permaneceu...


Eis que a morte esqueceu-me, deixando-me aqui a ver os dias negros, desprovidos de vida...


Que maravilhosa e serena visão!




domingo, 3 de julho de 2016

Da despretensão de ser











despreocupado em ser

acabei sendo eu mesmo

acabei dizendo como eu mesmo digo

acabei sorrindo por um sorriso

de loucuras à coisas sérias

acabei feliz por muito tempo

mesmo não acreditando na felicidade

fui feliz

se o momento foi breve

ou se foi eterno

o que valeu foi o instante

embalado em sentimento

despretensiosamente 

interessante




quarta-feira, 8 de junho de 2016

Espelhos da mente humana













Descobri que sou eterno

perdido nos lastros de um sonho

Percebi que sou volátil

enfeitado com um quê de vida

Almejei muitos caminhos

que me dessem um atalho contemplativo

Sufoquei-me em vãs tentativas

de despertar de uma repetição infernal

Coibido de claras expectativas

acerca dos sentidos entorpecidos

Afundei-me em desespero

desencarnado de um corpo abandonado,

esquecido

Findei meus passos na terra do eternamente

lânguido de vontades e receoso de verdades

O dormir pode ser para sempre

mas o acordar pode não mais chegar um dia